Postagens

Ave Maria

Imagem
       Meu nome é Ave, Ave Maria. Ando só, vivo só, mas, já foi diferente. Agora as pessoas têm medo de mim. Eu não tenho culpa. Vou contar-lhes minha história. Desde que me entendo por gente, vejo pessoas, todas as pessoas, pessoas também que só eu vejo. Elas me procuram, passam por mim. Umas me assombram, outras me olham sem parar. Eu não sei por que elas me procuram.  No começo, eu conversava com todos e com o tempo, as pessoas me perguntavam: - Você está falando com quem? Só aí eu fui percebendo que eu via tudo, tudo mesmo. Isso acontecia desde minha mais tenra idade. Fui crescendo e passei a saber quando coisas ruins iriam acontecer. Era tudo tão natural, ainda é. De um tempo para cá, passei a enxergar quando uma pessoa está perto de morrer. Muito simples, ela se aproxima e eu sinto, sinto e vejo. A pele parece diferente, sem cor, como morta. Vejo isso com qualquer um que se aproxime e esteja perto de deixar o seu corpo. Amigos, parentes e até nas pessoas que passam. É por isso

A casa amarela continua...

Imagem
                 E Augusto seguia incansável conversando com seus amigos. Willy cada dia mais magro. Afinal, a interação dele com os livros não existia. Mas, Augusto seguia e durante anos leu sem parar. Leu até o último livro daquela casa. Procurou Willy e o encontrou deitado, imóvel, só pele e osso. Olhou em seus braços e viu pêlos, encostou suas mãos por seu rosto e sentiu arranhar. Foi então que tentou sair e nenhuma porta ou janela encontrou. -Por fora, a casa tinha portas e janelas. Dizia Augusto. E saiu procurando uma saída. Antes prazer e compulsão, agora o terror tomava conta do seu corpo. Vozes ecoavam de todos os cantos da casa. Era como se os personagens dos livros ganhassem vida. Foi isso que Augusto pensou. Mas, aquela casa era antiga, muito mais do que ele imaginava. Por ela, vários leitores, como ele, haviam passado e se aprisionado. Augusto começou a sentir seu corpo fraco, esquelético, se viu ao chão. E muitos se aproximaram, eram figuram tenebrosas que o puxavam, uns

A casa amarela

Imagem
              Certa vez, um menino caminhava por uma rua deserta. Nunca ele havia passado por ali. A rua era sombria e seus colegas da escola sempre evitavam passar por lá. O medo era proveniente da casa amarela. Mas, Augusto era corajoso e curioso. Ele queria saber o porquê de tanto medo. Então passou por lá. Dessa vez, ele passou às pressas, dizia para si mesmo que sua mãe iria ficar preocupada se ele se atrasasse para chegar em casa.                 Sua mãe era franzina, carinhosa, bondosa e tinha excesso de cuidado com Augusto, mesmo ele sendo o segundo de quatro filhos e já estando no alto dos seus doze anos. Eles moravam numa casa simples, pequena, aconchegante e rodeada de plantas. Sua mãezinha adorava o perfume e a delicadeza das flores.                 Augusto não tinha muitos amigos e passava as horas a se divertir com a natureza e com Willy, seu cachorrinho de estimação.                 Na sua vida calma e tranquila, o menino frequentava a escola pela manhã e o restante d