Ave Maria: os espíritos me procuram

 

            Não sei o que está acontecendo comigo.
            Eu estava bem longe de todos. Agora muitos me procuram. Porque?
            Agora acho que posso ir à cidade próxima, afinal, preciso trabalhar, me manter, comprar alimentos.
            Chamarei Virgínia para ir comigo. 
            Virgínia apareceu aqui do nada, bateu na porta e fizemos amizade. Eu gosto muito dela, conversamos muito, sobre tudo. Bom, quase tudo. Afinal, tenho receio de contar para ela que percebo quando as pessoas estão perto de morrer.
            Ela diz que mora aqui perto e minha vida está tranquila, então não quero ficar sozinha de novo e estragar nossa amizade.
            - Virgínia, o que você acha de ir comigo até a cidade? Eu preciso procurar emprego.
            TOC TOC, alguém à porta.
            - Boa tarde Senhor, o que deseja?
            - Estou vendendo frutas, você gostaria de comprar.
            - Não, obrigada.
            Ele se foi. Mas, onde está a Virgínia? Que estranho!
            Vou à cidade sozinha.
            Cidade pequena, digo que preciso trabalhar.
            Perguntei na taberna, que também funciona como pensão.
            Consegui, vou limpar tudo, quartos, ajudar na cozinha e vou ganhar uns trocados.
            Agora poderei melhorar a casinha abandonada que encontrei na floresta.
            Vou contar pra Virgínia.
            Trabalhei duro no dia seguinte e seguinte, só não vi mais minha amiga.
            No terceiro dia, quando eu estava distraída, varrendo as escadas, Virgínia apareceu. Acho bom quando tenho alguém com quem conversar.
            - Mas, por que você desapareceu amiga? Senti sua falta.
            Conversamos alegremente até que ela se foi e Dona Gertrudes me perguntou com quem eu conversava.
            - Com a minha amiga, ela estava aqui agora, a senhora não a viu?
           - Querida, só entraram por aqui aqueles dois bêbados fedorentos do 202 e do 204.
            De repente, eu gelei, mas, acho que ela não a viu.
            Naquela noite, Virgínia me esperava na porta do casebre.
            - Virgínia, por que você some assim tão de repente, sua bobinha?
            Ela chorou e dormimos bem abraçadas naquela noite. 
            Dia seguinte ensolarado.
            - Não preciso ir trabalhar hoje, vamos caminhar até perto do lago?
            Entre conversas e risos, passou um homem e depois duas crianças, achei tão estranho aquela floresta habitada daquele jeito.
            Amanhã perguntarei para a Dona Gertrudes.
            Continua...

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Brincando de roda

Pulseira vermelha

Meu suicídio